Torção, lesão e homeopatia - 26 Mai

Há 21 dias, fiz uma lesão no tornozelo direito (bem caprichada, disse o médico) e desde então estou vivendo com as limitações decorrentes: bota ortopédica, mancando, saindo de casa o mínimo possível. Não preciso falar do tédio e do desânimo... Lesões de ligamento custam a curar, todo mundo me fala, e precisa fazer tudo direitinho. Me resigno.

Mas na noite do acidente, cheguei em casa mancando e lembrei que tinha Arnica montana CH5 (homeopática) na farmacinha. Estou estudando Homeopatia Clássica (segundo ano!) e sabia que a Arnica me faria bem. Com dor, fiquei acordada até as 3 e meia da manhã, usando cinco gotas a cada 15 minutos. Acordei melhor na manhã seguinte e com pouco inchaço.
Entretanto, o médico me mandou imobilizar o tornozelo, usar a tal bota, e me deu anti-inflamatório. Usei, mas não parei com o tratamento homeopático. Por recomendação do professor, passei para a seguinte combinação: Arnica CH30, Ruta CH30 e Ledum palustre CH30, alternadamente (chamamos isso de tri-una), de manhã, tarde e noite. Venho usando há quase duas semanas, e sinto que a coisa vem melhorando, embora sempre aja mais inchaço à noite. Tenho confiança que os ligamentos vão responder bem ao tratamento, e curar pra sempre. Sem mais torções!

Arnica montana
 
Queria fazer registro do uso da Homeopatia, para mim um campo novo de conhecimento, mas que vem surpreendendo positivamente. E também porque sei que torcer o pé é coisa comum, com maior ou menor gravidade, e talvez o leitor se interesse pelo uso dos remédios homeopáticos para tratar possíveis lesões.
Lembrando também que a Arnica Montana é o remédio dos traumas, quer sejam físicos, ou de outras naturezas. Por exemplo: quando aconteceu o incêndio da boate em Santa Maria, o diretor do nosso programa (da Universidade Federal de Viçosa, MG) recomendou que a Arnica fosse dada a todas as pessoas que estavam passando por aquele trauma. Além de estabelecer o equilíbrio do momento atual, o uso da Arnica impede que o trauma se reflita no corpo físico, no futuro, trazendo moléstias diversas.

Sobre gentileza, uma ex-freira inglesa e um autor peruano - 19 Mai 13

Uma semana de perna enfaixada e mais duas com bota ortopédica dão muito o que pensar.  A imobilidade física amplia as asas do espírito. Junte-se a estes ingredientes um domingo de chuva, jornais e revistas recém-chegados e é certo que a mente fará infinitas novas conexões. Assim, me beneficiei dos artigos de Martha Medeiros (Caderno Donna, “Quando eu estiver louco, se afaste“) e de Lya Luft (Veja, “Exercício de otimismo”) e fiquei matutando sobre a gentileza. Que belo verbo o matutar!

Lembrei das centenas de pessoas com quem cruzei ontem no Zaffari Higienópolis, e das peripécias que precisei fazer para não ser levada pela enxurrada. Como não posso dobrar o calcanhar direito – onde localizou-se a lesão – tarefas simples se tornaram um desafio. A lentidão de movimentos, no entanto, me aumentou a percepção, e o que vi, ou melhor, o que não vi, foram olhos. Não vi olhares, rostos, expressões. Ao sair, deduzi que todos os clientes haviam combinado que, ao entrar naquela área pública, automaticamente assumiriam feições e comportamentos robóticos. Colocando as compras no porta-malas, justamente estacionado na área reservada a idosos (quando você tiver uma lesão, vai agradecer à loja ter pensado nisso!), imaginei quantas vezes eu tinha feito a mesma coisa.
Pois a gentileza a que Martha se refere, por vias tortas, ao comentar as pessoas que fazem o que bem entendem e não se preocupam com os demais, me fez lembrar de uma palestrante inglesa que recebi em Porto Alegre recentemente. Mulher culta, escritora, viajada, não se cansava de lembrar a horripilante experiência que teve no Paquistão, como as pessoas se atrasaram, etc. Nem uma só vez falou em outro país, talvez tenha pensado que o Brasil se equivale ao Paquistão, que seria justa a comparação. Nenhuma palavra gentil daquela senhora me vem à lembrança, talvez porque minha sensibilidade registre com mais eficácia a gentileza real, aquela que se sente, e menos as atitudes polidas (estas sim aconteceram).

Lya, ao tratar das coisas boas que a vida nos dá, trouxe à mente outro palestrante, o adorável Mário Vargas Llosa, por quem me apaixonei em 2010, quando o acompanhei em Porto Alegre. Outros quatro dias entre São Paulo e Rio com Mário, mês passado, selaram o eterno amor. Platônico, diga-se, e certamente unilateral. Mário é polido, um gentleman, mas é também um ser empático, de uma suavidade encantadora. Capaz de criticar um jantar horroroso, e ao mesmo tempo rir-se com cumplicidade do flerte do garçom relapso com a atendente do bar. Não dá demonstração de merecer mais ou mais rápido que nenhum outro mortal, e espera na fila. Procura a janela mais próxima e tenta abri-la, para libertar uma estupenda borboleta azul, que entrou conosco, sabe-se de onde, no hall do Copacabana Palace.
Acredito que gentileza e empatia estão unidas, acho que são siamesas. Elas compõem uma tela indefinível a que eu chamo humanidade, esta que abre corredores estreitos num supermercado, deixa sementes de carinho e pode até engendrar a paixão, cria no coração um aquecimento momentâneo e, no entanto, perene.

Que coragem demanda esta humanidade! (Obrigada, Mário!)

Raiva e comportamentos agressivos - 13 Mai 13

Faça um pequeno esforço de memória e responda: você conhece alguém cuja descrição combina com o título deste artigo? Ou talvez você mesmo? Um elemento que mudou muito rápido na vida do cineasta David Lynch, o criador da David Lynch Foundation para disseminação da Meditação Transcendental, foi justamente a raiva. Um curto período após ter começado a meditar, David encontrou com sua ex-mulher e ela, muito impressionada, perguntou o que tinha acontecido com ele: “Onde foi parar aquela raiva toda?”

Raiva não é uma doença diagnosticada – nunca ouvi alguém dizer ‘fulano sofre de raiva’, assim como se diz ‘fulano tem problema de depressão.’ No entanto, a raiva é um mal muito presente na vida diária, e todos os dias nos deparamos com ela. Quando não nos outros, em nós mesmos. Uma senhora que vem ao consultório me disse outro dia: “sei que a situação da fulana é difícil, mas não quero perdoar. Tenho muita raiva dela e do que fez pra mim.” E assim a raiva se perpetua, alimentada por nossos pensamentos e sentimentos, pelo não-perdão. Não é por acaso que tantas técnicas, e mesmo religiões, têm o perdão como base fundamental: o perdão é um bálsamo poderoso para quebrar o círculo vicioso da raiva e do ressentimento.
É uma constatação de todos que começam a meditar a rapidez e eficácia da técnica na redução dos comportamentos agressivos, da raiva, da violência de uma forma geral. Índices medidos e monitorados de violência e comportamento antissocial em escolas atestam isso, e todos os dados podem ser encontrados nas centenas de pesquisas que constam do livro Transcendência – Como alcançar a cura e a transformação por meio da meditação, do médico e psiquiatra americano Norman Rosenthal.  

E do que consiste a Meditação Transcendental? De uma técnica mental, que precisa ser aprendida através de um instrutor(a), e praticada duas vezes por dia, por aproximadamente 20 minutos. No aprendizado, o aluno recebe um mantra (um som) e o foco da meditação é justamente nesta vibração sonora. Há outros tipos de meditação, por isso a importância de esclarecer a diferença destas para a MT. O livro também provê informações sobre os demais tipos e suas características. Pesquisas científicas, feitas com mapeamento de funções cerebrais, comprovaram o resultado benéfico da MT sobre os outros tipos, com aumento do que é chamado de ‘coerência’ das ondas cerebrais, um aspecto positivo e relacionado a altos níveis de inteligência e competência. Com o uso da MT, meditadores passam a ter maior coerência mesmo fora do estado meditativo, trazendo o bem estar e melhor performance geral para o dia a dia.
Mesmo que o seu inglês seja macarrônico, entre neste site agora e assista o vídeo das pessoas cujas vidas mudaram com a MT. Veja quem são os famosos que meditam há 15, 30 anos (Paul McCartney, Ellen Degeneres, Clint Eastwood). Clique e se dê 5 minutos! Vai valer a pena! http://www.davidlynchfoundation.org/

Meditação Transcendental - 08 Mai 13

Em 2008, foi através do físico espanhol Joan Roura, diretor para a América Latina da David Lynch Foundation, que consegui chegar até o famoso cineasta americano David Lynch e convida-lo a visitar e palestrar em Porto Alegre, para o ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento. Foi um tremendo sucesso a passagem de David pela cidade e pelo Brasil, pois estava em turnê para falar, não de cinema, mas de Meditação Transcendental, e lançar o livro Em Águas Profundas. Desde então, venho querendo aprender a técnica, mas a oportunidade não pintava.

Há umas três semanas, por acaso, consegui encontrar com Joan no Rio, e ele me presenteou o livro que quero deixar aqui como sugestão: Transcendência – Como alcançar a cura e a transformação por meio da meditação, do médico e psiquiatra americano Norman Rosenthal. Foi ele que, na década de 70, descobriu que algumas pessoas sofriam de depressão sazonal, decorrente da falta de exposição à luz do Sol, e que respondiam muito bem a um tratamento de exposição a uma luz artificial. Na época bem jovem, o médico iniciante foi tachado de tolo pelos colegas, mas persistiu. Hoje a depressão sazonal é um mal reconhecido, diagnosticado e tratado pela técnica que ele desenvolveu.
O livro de Rosenthal apresenta centenas de pesquisas científicas que atestam o resultado do uso da MT em casos de déficit de atenção, hiperatividade, alcoolismo, vícios (cigarro, maconha e outros), depressão, ansiedade. Até mesmo no tratamento de bipolaridade a MT teve resultados excelentes, reduzindo principalmente o pico depressivo, e auxiliando na redução da mania. O livro, apesar das muitas citações a pesquisas desenvolvidas nos Estados Unidos, Alemanha, Canadá e outros países, é de leitura agradável e linguagem fácil.



O entusiasmo de David com a MT – e que o levou a criar a fundação – teve início quando descobriu os maravilhosos efeitos da técnica em escolas de periferia de cidades nos Estados Unidos, onde alunos e professores foram ensinados a meditar. Os índices de violência reduziam após algumas semanas, e as notas subiam. Os pais ligavam para a escola para perguntar o que tinham ensinado aos filhos, pois queriam aprender também: “meu filho não bate mais no irmãozinho, o que vocês ensinaram a ele? Eu também quero!” disse um pai de uma escola de um bairro pobre de San Francisco (Califórnia), considerada a pior do sistema público estadual.
Vou usar os próximos artigos semanais para falar da MT, pelo mesmo motivo que abordo a Terapia Floral, a Psicoterapia Reencarnacionista e outras terapias alternativas: porque desejo disseminar a informação, na esperança de que ela seja o bálsamo e o caminho da cura para aqueles que precisam e buscam. Também sou uma buscadora, e agradeço muito a todas as oportunidades que tenho de aprender e melhorar minha vida, minhas relações e meu trabalho. Boa leitura!