A foto se
grudou a mim, e sentou-se à mesa do escritório. Tenho olhado muito para aquela
menina, e o seu sorriso é tão bonito, que não consigo manter nenhum sentimento
ou pensamento ruim quando olho para ela. O rosto límpido, o retrato de um ser
que se sentia amado e protegido. Confiante. Em paz.
E aí me dei
conta do fascínio que a foto passou a exercer sobre mim: aquela menina me
convida a ser ELA. A sorrir e demonstrar no olhar, em toda a expressão, a mesma
confiança e amor, a mesma paz. Quando faço este exercício, esqueço imediatamente
tudo o que está acontecendo, tudo o que me preocupa, todas as indignações, os
ressentimentos, os arrependimentos, e absorvo alegria, amor, vontade de viver.
Me fundo com a menina, trago ela pra dentro de mim, e me torno uma pessoa
melhor.
Já se
passaram tantos anos... o que queria aquela criança, que sonhos ela imaginou
realizar, isso não sei. Sinto que o mais importante para ela era justamente
ser: polir-se com a educação e os valores, aprofundar-se com as experiências,
compreender. Ser vivendo.
É muito bom
sentir que não trai a menina. É maravilhoso me unir novamente a ela, sentir
toda a Luz que ela emana. Hoje estava olhando para ela e percebi que nosso
encontro se tornara terapêutico, de um amor que é difícil descrever.
Por isso é
que sugiro a você que faça o mesmo: encontre sua menina/menino de 3 ou 4 anos,
olhe bem para ela/ele. Qual é a distância que existe entre vocês, agora? Quanto
você se afastou, em seu coração, daquele ser humano e de tudo o que fazia o seu
mundo, sua alegria e sentido? Não se engane, não há nada de pueril ou
fantasioso neste exercício. As emoções que afloram são potentes e verdadeiras,
e podem representar um caminho – de cura, de bem estar – que talvez você tenha
perdido, há muitos anos atrás.
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