Depressão, o desafio contemporâneo - 11 Set

A primeira coisa que lembrei ao olhar o calendário hoje foi a tragédia que se abateu sobre Nova York neste mesmo dia, há 12 anos atrás. Perdi lá um amigo querido, com quem fiz estágio numa empresa de computação, e aprendi a estimar. Então, meus pensamentos vão pra todos aqueles que perderam os seus queridos, esperando que tenham encontrado paz em seus corações.

Tenho meditado sobre a dificuldade que as pessoas têm de se engajarem em um tratamento e perseverarem no caminho do equilíbrio e da cura. Qualquer terapeuta que for questionado dará o mesmo testemunho, com certeza, mas não deixa de ser surpreendente observar a urgência com que algumas pessoas vêm ao consultório, obtém uma pequena melhora, mas ao primeiro sinal de lentidão no processo ou mesmo o natural brotar de emoções que precisam ser limpas, compreendidas, desistem.
Ontem mesmo lia a revista Mente e Cérebro, em que a psicóloga e jornalista Glaucia Leal, aborda a depressão como o grande desafio contemporâneo: “só no Brasil, estima-se que atinja 38 milhões de pessoas. Os sintomas são cruéis: incluem perda de interesse na vida, insônia, impotência, exaustão crônica e até mesmo aumento do risco de doenças, como cardiopatias,” diz a editora da revista.

É de conhecimento geral que o antidepressivo requer pelo menos duas semanas para começar a fazer efeito. A grande parte dos pacientes necessita trocar e adequar dose e mesmo medicamento, ao longo de um processo de vários meses. A perseverança é fundamental, assim como o contato frequente com o médico. As terapias cognitivas, em conjunto com medicação, têm alcançado melhor resultado que qualquer uma das duas isoladamente.
Ouço de muitas pessoas: ‘não quero entrar em tarja preta’; ‘não quero usar remédio pro resto da vida’. As terapias complementares oferecem caminhos de tratamento baseados em remédios vibracionais, mas mesmo estes demandam da pessoa disciplina, persistência, auto-observação. O terapeuta vibracional bem preparado saberá dialogar e mostrar à pessoa tudo o que ela pode e irá conquistar, oferecendo uma ‘almofada’ emocional e o acolhimento que são tão necessários, e não só para as pessoas em tratamento....

Com esta conjugação de fatores, muitas pessoas têm melhorado, mas certamente não nas primeiras semanas. Um sábio ditado afirma que ‘a natureza não dá saltos’. Tampouco os humanos. Uma condição tão séria quanto a depressão, e o que acarreta nas vidas dos que sofrem, demanda, minimamente, o compromisso do paciente e do terapeuta.

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