Tenho meditado
sobre a dificuldade que as pessoas têm de se engajarem em um tratamento e
perseverarem no caminho do equilíbrio e da cura. Qualquer terapeuta que for
questionado dará o mesmo testemunho, com certeza, mas não deixa de ser
surpreendente observar a urgência com que algumas pessoas vêm ao consultório, obtém
uma pequena melhora, mas ao primeiro sinal de lentidão no processo ou mesmo o
natural brotar de emoções que precisam ser limpas, compreendidas, desistem.
Ontem mesmo
lia a revista Mente e Cérebro, em que a psicóloga e jornalista Glaucia Leal, aborda
a depressão como o grande desafio contemporâneo: “só no Brasil, estima-se que
atinja 38 milhões de pessoas. Os sintomas são cruéis: incluem perda de
interesse na vida, insônia, impotência, exaustão crônica e até mesmo aumento do
risco de doenças, como cardiopatias,” diz a editora da revista.
É de
conhecimento geral que o antidepressivo requer pelo menos duas semanas para
começar a fazer efeito. A grande parte dos pacientes necessita trocar e adequar
dose e mesmo medicamento, ao longo de um processo de vários meses. A perseverança
é fundamental, assim como o contato frequente com o médico. As terapias
cognitivas, em conjunto com medicação, têm alcançado melhor resultado que
qualquer uma das duas isoladamente.
Ouço de
muitas pessoas: ‘não quero entrar em tarja preta’; ‘não quero usar remédio pro
resto da vida’. As terapias complementares oferecem caminhos de tratamento baseados
em remédios vibracionais, mas mesmo estes demandam da pessoa disciplina, persistência,
auto-observação. O terapeuta vibracional bem preparado saberá dialogar e mostrar
à pessoa tudo o que ela pode e irá conquistar, oferecendo uma ‘almofada’
emocional e o acolhimento que são tão necessários, e não só para as pessoas em
tratamento....
Com esta
conjugação de fatores, muitas pessoas têm melhorado, mas certamente não nas
primeiras semanas. Um sábio ditado afirma que ‘a natureza não dá saltos’.
Tampouco os humanos. Uma condição tão séria quanto a depressão, e o que
acarreta nas vidas dos que sofrem, demanda, minimamente, o compromisso do
paciente e do terapeuta.
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