Geração Ritalina 20Set

A aclamada cientista britânica Susan Greenfield passou por Porto Alegre esta semana e deu uma palestra excelente, dentro da série Fronteiras do Pensamento. Susan tem 62 anos, uma energia impressionante e enorme agilidade mental, tanto que o tradutor teve que pedir, algumas vezes, para ela falar mais devagar...

O foco da palestra foi o Cérebro do Futuro, e para chegar lá, ela precisou fazer uma análise do momento atual, através da qual chegou a três conclusões: 1ª) o meio ambiente é ponto chave para o desenvolvimento do cérebro; 2ª) o ambiente do século 21 não tem precedentes; e 3ª) o cérebro vai continuar a mudar de formas também sem precedentes. É impossível reproduzir aqui a riqueza da palestra, assim vou focar no ponto que mais me chamou a atenção: a relação entre jogar videogames e déficit de atenção nas crianças e jovens.
Através de dezenas de trabalhos de cientistas de vários países do mundo, Susan demonstrou que o aumento dos casos de déficit de atenção nas novas gerações está relacionado com os jogos virtuais, e também com passar muitas horas num ambiente que ela chama de ‘bidimensional’, estimulante, rápido, interativo. Também existem evidências cientificas que comprovam a relação entre aumento da liberação de dopamina (substância química secretada no córtex pré-frontal) e jogar videogames. Em outras palavras: jogar videogames libera no cérebro a dopamina, presente em todos os tipos de adição/vícios (disse ela), também secretado quando nos sentimos recompensados. "Também foi indicado em pesquisas que o cérebro de crianças que jogam videogames é semelhante ao cérebro de apostadores compulsivos," declarou.



A Ritalina (metilfenidato), cada vez mais usada para tratar o déficit de atenção (no Reino Unido e no Brasil, afirmou ela), tem o mesmo efeito dos videogames: ela secreta dopamina. De fato, ela disse exatamente isto: quando jogam videogames, os jovens estariam (sem o saber) fazendo uma automedicação para o transtorno do déficit de atenção, aumentando seus níveis de dopamina.
A Terapia Floral tem recursos muito eficazes para o déficit de atenção, sem que se precise recorrer a compostos químicos, que certamente afetarão o cérebro de muitas formas ainda não pesquisadas. Tive o ímpeto de conversar com a cientista a este respeito, mas não tive a oportunidade. De qualquer forma, quando uma pessoa do quilate da Dra. Greenfield faz este tipo de alerta, não creio que tenhamos o direito de não prestar atenção. Se você quiser mais detalhes sobre a palestra, é só mandar um email!

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